A história que eu vou contar hoje no meu quadro HITÓRIAS SOBRENATURAIS, tem um misto de realidade cotidiana e de sobrenatural, coisas que sofremos por influência dos nossos amigos invisíveis e que na maioria das vezes, para a maior parte das pessoas, passam desapercebidas na correria do dia-a-dia. Ela poderia ser contada também no meu quadro ?Crônicas da Vida?, mas preferi contá-la aqui simplesmente por opção.
Marli era uma criança alegre, conta a sua mãe (que me autorizou a compartilhar sua vida, sem identificar a família), dessas que brincavam como toda criança feliz.
Por volta dos 04 anos de idade começou a manifestar um enorme interesse em se jogar na frente dos carros que passavam e os pais, ao perceberem essa atitude voluntária da criança que já entendia que não poderia fazer aquilo, redobraram os cuidados e atenção, contudo ninguém mais da família queria ficar perto da menina que conversava sozinha e pensava em se jogar na frente dos carros sem qualquer explicação.
Os pais levaram em todos os médicos que os amigos indicavam, até que, por volta dos 06 anos de idade, a mãe foi com à menina em um benzedor conhecido na região na expectativa que ele ajudasse.
O senhor de meia idade, quieto e pensativo, depois de fazer sua análise explicou que a criança não deveria ter reencarnado e que ela em breve iria ver coisas de suas vidas passadas, saberia quem foi sua mãe e irmãos e reconheceria quem por ela passasse nessa vida, que ela tivesse conhecido em vidas anteriores.
Foi então que a menina contou àquele senhor que ela tinha alguns amiguinhos invisíveis (que só ela podia ver) e que dentre eles, um menino muito feio e muito mal ficava soprando no ouvido dela para se jogar na frente dos carros.
O benzedor lhe ensinou a conversar com esses amigos e a pedir que eles não voltassem mais e se, por acaso retornassem, que ela novamente pedisse para irem embora, dissesse que não queria conversar com eles e que deviam ir procurar outros amigos.
Demorou um pouco, mas com o aprendizado daquele místico homem Marli fechou as portas para os amigos invisíveis e costuma lembrar dessa história com carinho porque foram aqueles tempos que quase lhe custaram a vida que mais a ensinaram sobre ela. Momentos difíceis em que pensava em se jogar na frente dos carros e se via morrendo.
Hoje Marli conta que frequenta o centro espírita, é médium e tem bastante sensibilidade para reconhecer as pessoas que passam pela sua vida, lembrando quem elas foram em vidas passadas, embora opte por não reverlar-lhes nada pois aprendera que muitas pessoas não podem saber das vidas passadas para não impactarem a atual.
Concordo com você Marli, pois a vida presente traz grandes oportunidades de resgatarmos carmas, e, visões das razões pelas quais estamos passando por determinadas passagens, poderia nos tirar todo o mérito das pequenas vitórias que vivenciamos dia-a-dia, mesmo sem saber.
Marli diz que não costuma falar sobre esse assunto e que muitas vezes ao olhar para uma pessoa a reconhece e na sua imagem vem vidas passadas e outros tempos compartilhados, relances que muito a assustaram no passado e que hoje, simplesmente ignora.
Essa história me fez lembrar o quanto somos capazes de escolher e o quanto nossas escolhas definem nossas vidas, podemos enxergar a mesma história por vários ângulos e enfatizar aquilo que nos importa, o que nos interessa. Podemos escolher enxergar sempre o lado ruim e nos vitimarmos a todo momento, ou encarar como natural e seguirmos dando vazão a essa enxurrada que é a vida, capaz de nos levar em suas águas para nos afogar ou de nos forçar a nadar para sobreviver.