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?Percebeu que ela não era bonita, mas ninguém sabia disso porque a simpatia e o charme a faziam ser vista como uma mulher linda e incrível, foi isso que fez tudo valer a pena?.


Estava amanhecendo o dia quando Ana entrou no quarto e não viu o marido, ela chegou de viagem mais cedo e queria fazer uma surpresa, estava morrendo de saudades, mas, ao não encontrar ele em casa pensou: ?Ele deve ter dormido fora, deve estar com ela, mas de hoje não passa, eu vou matar os dois...?


Saiu desesperada procurando ele nos motéis da cidade, fez escândalos desnecessários, ligou para os amigos errados, e nada, o telefone do marido estava desligado

.

Lembrou-se da colega de trabalho do marido, tinha um enorme ciúmes dela pois a achava linda e inteligente (e espirituosa e interessante...) e foi então que resolveu ir até a casa dela, mas ficou de longe olhando, não tinha coragem de chegar sem antes observar um pouco.


Nenhum movimento ou sinal de vida na casa, afinal o dia não tinha ainda amanhecido.


Quando estava para tocar a campainha viu a mulher chegando num táxi e foi logo gritando:


_ Eu sabia que vocês tinham um caso, onde vocês estavam, cadê ele? Eu quero acabar com vocês e com essa sua pinta de mulher educada, inteligente, gentil....ah, como eu te odeio!


A mulher não sabia o que dizer e nem tinha como, pois Ana continuava gritando e acordando toda a vizinhança que começava a abrir as janelas para ver o que estava acontecendo.


_ Fala, cadê ele? Onde vocês estavam? Eu voltei antes do programado né?!!! Agora eu peguei vocês no pulo e vou acabar com os dois, vou contar tudo para o seu marido.


E a mulher, ?irritantemente calma?, respondeu com a tranquilidade de quem nada sabia do que estava acontecendo:


_ Você deve estar enganada, ou me confundindo, eu não sei quem você está procurando, mas com certeza não estava comigo.


No auge da discussão um carro estacionou na frente da casa e o marido da mulher com quem Ana discutia desceu assustado e foi logo dizendo:


_ O que está acontecendo aqui, posso saber?


E Ana apressou-se em responder:


_ Essa mulherzinha estava com o meu marido, está chegando em casa agora e eu quero saber dele.


O homem nervoso respondeu:


_ Faz tempo que percebo que você tem um mega ciúmes do seu marido e o problema é seu, mas está enganada, pois essa ?mulherzinha? estava comigo até ?agorinha?, estamos chegando de viagem e enquanto eu fui buscar o carro na minha mãe ela veio de taxi, e se você reparar bem o taxista está querendo que ela desça as malas para entrarmos, se você deixar, é claro.


Ana não sabia o que dizer e não conseguia esconder o rosto pegando fogo, devia estar vermelha! Sentia-se humilhada pela forma como foi tratada (uma louca ciumenta) e queria sair correndo sem qualquer explicação, mas a mulher que pensava ser a sua ?rival? percebeu o embaraço e, para maior desespero de Ana, falou sem perder a conhecida ?classe?:


_ Calma, eu entendo que esteja nervosa, vamos entrar e tomar uma água, isso pode ajudar você a se acalmar e enquanto isso a gente procura o seu marido.


Ana não conseguiu dizer nada, saiu correndo e entrou no carro seguindo em direção a sua casa, enquanto dirigia só pôde pensar naquela mulher que há tempos admirava, prestando mais atenção percebeu que ela não era bonita, mas ninguém sabia disso porque a simpatia e o charme a faziam ser vista como uma mulher linda e incrível, era disso que ela não gostava, tudo perfeito, falava baixo, se vestia de forma impecável (sabia combinar as cores e acessórios), nunca errava (todos ouviam seus comentários com atenção) e parece que sabia tudo!


_ Ah, como eu a odeio, logo gritou...


Antes de voltar para casa envergonhada e decepcionada (nem queria mais procurar o marido que amanhã saberia do seu vexame, aliás a cidade toda saberia), lembrou-se da cunhada e resolveu passar na casa dela.


Surpreendeu-se ainda mais ao avistar o carro do marido na garagem e lembrou-se que a cunhada vivia cobrando que o irmão fosse jantar com ela e que Ana nunca queria ir porque não gostava da conversa da cunhada, logo entendeu que ele devia ter aproveitado a sua ausência para jantar com a irmã e certamente bebido um pouco mais e ficado por lá.


Não teve coragem de tocar a campainha, voltou correndo para o carro e resolveu seguir para a casa, só nesse momento Ana diz ter percebido a sua doença, viu o quanto era possessiva, o quanto as pessoas notavam o seu ciúmes, o quanto o marido devia deixar de ir na casa da família para evitar desentendimentos, e o pior, o quanto ridículo era esse sentimento que a fazia construir na sua cabeça cenas inexistentes e acreditar piamente nelas.


Foi então que essa mulher ?em recuperação? (porque se propôs a se tratar), que hoje diz viver ?um dia de cada vez?, percebeu que era chegada a hora de olhar para si mesma e entender que a mudança teria que vir de ?dentro para fora? e que era ela quem precisaria mudar. Segundo o seu relato, hoje ela vive muito melhor com o marido e passou a enxergar as pessoas como realmente são; contou que agora consegue olhar para a mulher que quase agrediu por ciúmes e perceber o que vale realmente a pena: Ser alguém especial, já que de pessoas comuns o mundo está cheio e certamente aquela era uma mulher especial porque ?percebeu que ela não era bonita, mas ninguém sabia disso porque a simpatia e o charme a faziam ser vista como uma mulher linda e incrível, foi isso que fez tudo valer a pena?, admitir que não era a mais bonita e nem a mais inteligente e que haviam outras mulheres mais especiais por ai, que ela teria que ser ela mesma e acreditar nela, no seu potencial ao invés de se comparar com as outras, fez o seu medo de perder o marido diminuir muito, segundo o relato de Ana.


Achei esta história incrível e acho que com a fala final da seguidora que me relatou cada detalhe (cuja identidade irei preservar), nem preciso me dar ao trabalho de acrescentar nada.


Gratidão por ter compartilhado comigo a sua história para que as pessoas entendam que o ciúmes desmedido precisa ser tratado, aceitar o tratamento é o que vai fazer a diferença.


E que venham outras histórias como essas para que eu possa contar nas minhas redes.


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