Vamos começar pelos esclarecimentos devidos àqueles que sabem pouca coisa sobre o espiritismo, lembrando que aqui não pretendo me aprofundar na doutrina, mas tão somente estabelecer uma relação com os adeptos dos seus ensinamentos, que procuram explicações para a vida e que não tem um conhecimento profundo ou o hábito de pararem suas rotinas para estudar sobre o tema.
O meu ponto de vista é o de uma pessoa curiosa, não de uma expert, alguém que já viveu muitas experiências sobrenaturais ?na pele?, que já encontrou muitas explicações ?na prática?, que já foi médium de psicografia e ?abandonou a causa? para viver sua vida (digamos que ser médium é um tanto incompatível com a prática de viver a vida, pois exige muito, requer constante estudo e dedicação obstinada).
Vou falar com vocês como alguém que quer dividir estas experiências, auxiliar outras pessoas a encontrarem explicações para tantas dúvidas, e, quem sabe, posso despertar em muitos a vontade de se aprender mais sobre a doutrina espírita, mas não quero estabelecer conflitos por orientações diferentes da minha ou por explicações melhores ou mais evoluídas que as minhas, quero ser tão somente uma iniciação para as explicações que meus amigos espirituais me auxiliarem a passar, dentro das minhas limitações, eis o meu objetivo.
Espiritismo é a doutrina que prega a continuidade da vida após a morte, o livre arbítrio e um objetivo que nos direciona para um certo ponto escolhido por nós mesmos antes da reencarnação, que alguns chamam de ?destino?.
Ainda que o destino possa parecer contraditório para uma doutrina que defende também o livre arbítrio (a possibilidade de escolhas), entendo claramente que uma coisa não se contrapõe à outra, posto que o destino é o objetivo, o lugar a se chegar e as escolhas que fazemos representam o caminho para este lugar, ou seja, podemos dificultar a chegada a este lugar e conforme as escolhas que fizermos, corremos o risco de sequer chegar a ele, mesmo que o universo conspire a favor do ?Senhor Destino?.
Antes de nascermos (reencarnarmos) sabemos o nosso destino, aceitamos, escolhemos vivê-lo e quando dele nos desviamos por escolhas que fazemos na vida, dificultamos a ação do destino. Como reflexo, temos a reação do universo que se traduz muitas vezes em desgostos, desilusões, frustrações e sofrimentos.
Mas quando pensamos no destino como o objetivo da vida podemos nos desentender com aqueles que dele desacreditam e que repetem frases feitas como ?o destino é a gente quem faz?, eu prefiro defender o que acredito (e não critico quem acredite que não existe destino), a doutrina explica que o destino é representando pelo que está escrito na linha da vida e aceito por cada um de nós, está representado pela nossa missão e vem junto com os carmas, enquanto as escolhas que fazemos podem impactar positiva ou negativamente na trajetória, o universo vai conspirar para que o destino se cumpra.
Dessa forma, sábio se entendermos logo que o tempo vai curar nossas feridas e mais cedo ou mais tarde, nos levar exatamente até onde devemos chegar.
Nesse trajeto podemos escolher sermos bons ou más, frios ou sentimentais, arrogantes ou benevolentes, enfim, podemos tornar o caminho mais fácil ou mais difícil conforme agimos.
A lei do retorno, tão conhecida de todos e equivocadamente interpretada por tantos, encanta pelo seu glamour, mas na prática nos dá a maior lição de vida, pela possibilidade que temos de desfrutar de sentimentos bons ou ruins conforme o que oferecemos, porque as energias e vibrações daquilo que fazemos, retorna para a gente.
Essa é uma das principais premissas da doutrina espírita e poderia ser traduzida na máxima de ?fazei ao próximo exatamente o que gostaria que fizessem por você?.
Quando todos entendermos a lei do retorno (e aqui não estou nem falando nos carmas advindos daquilo que recebemos pelo que fizemos em outras vidas), certamente estaremos mais evoluídos e preparados para a nossa presente encarnação.
Então, existem pessoas espiritualizadas, que acreditam nos ensinamentos da doutrina espírita ainda que muitas vezes frequentem outras igrejas (na maioria das vezes, católicas).
Não estou aqui defendendo uma religião ou outra, eu mesma sou católica, mas acredito (e estudo) no espiritismo, pois nessa doutrina encontrei muitas explicações para a vida e para tantas coisas que já vi e aprendi nessa jornada.
De tudo que sei (e ainda muito pouco sei), a minha maior lição nesta vida tem sido: procurar agir bem, fazer e desejar ao próximo o que gostaria que fizessem e desejassem para mim; não deixar ninguém que bater à minha porta a procura de ajuda, sair sem ser, de alguma forma, ajudado e rezar pelas pessoas (mesmo as que eu não conheço), o que também entendo ser uma forma de caridade.
A partir de então, sei que nada me faltará e que a busca pela evolução espiritual continua a cada passo que dou, ainda que eu erre frequentes vezes e que ser espiritualizada ou espírita não importe muito, porque o que vale (até mesmo mais do que mil orações) é o que vai pelo coração e o que sai pela boca.
Forte abraço e até nosso próximo bate papo.