Nas minhas capacitações pelo interior de Mato Grosso do Sul, descobri um servidor com alma de poeta e poesias de gente grande, pessoa simples, dedicada a vida pública por direcionamento da vida (como eu), e que se encanta fácil com tudo, face ao dom de enxergar flores pelos caminhos...
Ele me faz lembrar da oração que escrevi recentemente que contempla a vida (clique aqui), porque conversa com Deus pelas palavras, brincando com o tempo e fazendo graça das suas marcas deixadas pelos caminhos.
Sempre tive muita inveja ?boa? dos poetas, porque conseguem retratar as entrelinhas da vida em versos e enxergar no dia-a-dia rotineiro das pessoas o que elas não veem dedicadas que estão à rotina.
Esse poeta tem nome, se chama Gilmar Fernandes Martins e agora sou eu quem vou registrar o que encontrei de mim traduzido na sua poesia, com as suas próprias palavras....
Estou só, sozinho, infeliz
Não há mais um amor
Paira sobre minha vida o fantasma da solidão
A casa velha, no campo encravada
Solitária, sem conforto, pequenina
Com duas portas, uma cerca, uma varanda
Fogão à lenha e janelas sem cortinas
Lá encontrarei mil portas de amores e desesperos e angústias.
E com plena incerteza abrirei a única que não deveria...
E todo o sentimento que ao submundo levaria...
Será meu único pórtico de esperanças, meu ponto de fuga...
Um arco-íris deixou um pote de ouro no seu quintal e um pouco desse ouro se transformou no pé de jambo
O jambo mais gostoso do mundo, com um delicioso gosto de infância
Casa velha, sois memória, não sois ruína
Pelos tempos, majestosa na paisagem
Transformaste a solidão em companhia
Sois canção, alegria, bela imagem
Corumbá tem um servidor de alma poeta e a sua poesia tem encantos nobres, já ganhou vários concursos na literatura e atualmente teve um soneto publicado na Coletânea de Sonetos Contemporâneos da Universidade de Sorocaba. Eis o trecho que mais amei:
Se não houve Mistério, um Mistério eu faço!
E de madrugada ao contemplar a lua.
Escondo meus sonhos sob porta de aço.
Não esconda seus sonhos Gilmar, não sob portas de aço, mostre-nos o mundo pelos seus olhos sensíveis de poeta, pois os escritores não deixam nunca de ver as flores pelos caminhos.
Parabéns Gilmar, pela alma poeta.