Dizem os poetas que o ciúmes dá um certo ?glamour? ao relacionamento, que as pessoas que não tem nada de ciúmes ?não amam?, já os mais velhos geralmente resistem a dar qualquer tipo de crédito ao ciúmes, repudiam, com base nas suas experiências, qualquer benefício que este sentimento possa trazer.
Resolvi escrever sobre este sentimento porque uma seguidora minha me chamou no WhatsApp depois da publicação de um post meu que dizia assim:
E me perguntou desesperada o que eu achava do caso dela me contando ter adormecido no portão do namorado, dentro do carro, numa noite que ele saiu com os amigos para beber e não avisou que iria.
Quando ela acordou, disse que já havia amanhecido e o namorado estava dormindo, ou seja, passou por ela, viu que estava dormindo dentro do carro, não deu a mínima e entrou para a sua casa como se ela não fosse nada. E o pior é que ela nem viu a hora que ele chegou! Ou seja, seu objetivo foi totalmente perdido.
No primeiro momento ela me disse que se sentiu com tanta raiva que pensou em agredir o cunhado quando entrou na sala e ele fez uma gracinha qualquer (ela virou motivo de chacota); depois pensou em quebrar todo o quarto do namorado, mas, por fim, saiu quando ele respondeu ironicamente a sua pergunta sobre que horas ele havia voltado para a casa, dizendo:
_ Você não viu?
Eu respondi que vejo o ciúmes desmedido (aquele que faz a pessoa agir de forma irracional), além de ?perigoso? como sem serventia para o relacionamento, deixa a pessoa ?ciumenta? na situação de algoz, desvalorizando-a sem necessidade alguma e o principal, aos poucos desgasta o relacionamento chegando ao ?fim irreversível? (quando acaba o sentimento).
Também penso que o ciúmes, como todo sentimento exagerado, é o alerta de um problema psicológico, de um desvio do padrão e que deve ser tratado pela própria pessoa que precisa colocá-lo numa ?caixinha de atenção? e desenvolver mecanismos para superar o problema entendendo-o como seu e não como da outra pessoa. ´
O vigiar frequente é o lema de vida das pessoas que querem se melhorar, tipo ?Apenas por hoje eu venci o ciúmes? e se assim não for, a pessoa se contamina a ponto de ?se perder? nas suas fantasias e imaginar coisas que não aconteceram. Sofrem os dois.
Eu sugeri a seguidora que reavaliasse o seu relacionamento porque se ela não confiava no namorado, melhor seria seguir sozinha e disse ainda que possivelmente o relacionamento deles estava ?minado? (quando tem que cuidar o lugar onde se pisa para não explodir), e, possivelmente ?sem futuro?.
A seguidora não gostou muito do que falei, mas dias depois me agradeceu, dizendo que havia terminado o namoro de tanta vergonha do ocorrido e que o namorado sequer se opôs ao fim.
Deixei aqui no artigo de hoje essa história relatada porque entendi que a sua ?moral? pode servir para tantas outras pessoas mundo à fora, que as vezes colocam um relacionamento (ou uma pessoa) acima de si próprias e se desvalorizam, de depreciam, perdendo não só seu valor, como também a autoestima.
O ciúmes comedido, controlável, a meu ver, pode indicar que a pessoa ainda gosta do outro (isso é necessário como ?medida?, algumas vezes), mas o gostar de si próprio da maneira apropriada, evita situações como esta que falei e torna o relacionamento mais saldável, visto que quem não sai sozinho pode preferir a companhia da namorada e quem sai, muitas vezes, volta sem qualquer abalo ao namoro, se a relação for centrada.
Sair ou não sair sozinho pode não significar nada (ou pode significar tudo), desde que o que verdadeiramente importe não se concentre na dúvida ou no medo e que o relacionamento seja de cumplicidade.
Vou continuar contando histórias aqui no meu site, porque achei muito interessante compartilhar ?pedaços da vida? dos meus seguidores (que ela não tenha se importado, afinal não lhe revelei a identidade e tenho certeza que alguma utilidade essa história deve ter tido para ela).
E vida que segue...
Forte abraço.