Precisei contar a minha trajetória profissional para justificar minhas razões de estar aqui.
Explico que eu se eu não tivesse sido exonerada do protocolo (no qual eu colocava acima da minha própria família) e cuja minha dedicação rendeu uma dispensa “inesquecível”, eu não teria tido a coragem de encarar a realização do meu sonho de infância, o de ser escritora.
Foi nesse momento, quando o meu chão caiu, que eu tive que buscar uma alternativa, um projeto que me tirasse da sensação de desgosto que eu me vi (e quem me conhece sabe o quanto eu tornei o protocolo “parte de mim”), foi quando me lembrei do tempo que me faltava para a escrita e resolvi aproveitar o aprendizado adquirido para escrever.
Aproveitei a oportunidade para me dedicar também à carreira de instrutora autônoma.
Hoje ministro cursos online e presencial, e praticamente parei de advogar para me dedicar à função pedagógica que simplesmente “adoro”.
Retomei minhas funções de mãe e esposa que por minha única culpa ficaram prejudicadas por tantos anos.
Mesmo publicando livros físicos e e-books jurídicos, me faltava realizar o sonho de infância (porque uma criança que fala sozinha e inventa músicas ainda mora em mim), e não temos sonhos infantis de sermos escritores “de livros jurídicos”.
Por isso resolvi escrever sobre todas as coisas, sobre fantasias, sobre a visão que temos do mundo fora das formalidades cotidianas, sobre quem somos depois dos expedientes corridos e da vida dura, sobre as conquistas da maturidade que nos desprende de certos medos...